sexta-feira, 25 de julho de 2008

Perspectivas

Incrível a diferença que duas semanas fazem. Naquele caso, toda a diferença. O que o tempo e um pouco de perspectiva não realizam, não? Alguns dias fora do olho do furacão o levantaram. Afinal, não era culpa dele. Tinha feito todo seu melhor. Mostrado tudo que tinha de bom. COisa que modéstia à parte, não era de se jogar fora. Aliás, nem um pouco (não nos delonguemos nas qualidades).
Se havia sido descartado, pensou, não era por sua culpa. Culpa do timing, perhaps? Muito provavelmente. Ou o santo não bateu tanto como ele inicialmente havia pensado.
Anyway, ainda havia a possibilidade dele não ter sido cogitado desde o início, claro que havia. Por mais que fosse odiosa a idéia, não podia deixar de considerá-la. Afinal, seres humanos são fracos e capazes de às vezes (sempre) realizarem mesquinharias. E quando as mesquinharias se referem a outros humanos, ah como somos capazes... Porém, sem ressentimentos. Entendia muito bem. Se para a outra pessoa ele não havia significado o mesmo tanto, havia duas alternativas de pensamento: A) Azar da pessoa. B) Pelo menos um dos dois achou isso. Em seus áureos tempos optaria pela A, todavia agora estava realmente indeciso.
Claro que a perspectiva o ajudou. Viu que eram problemas de uma pequenez tão extrema que era de um extremo egoísmo deixar sua vida ser consumida por tais coisas. Viu seu tamanho, comparou-o ao mundo e notou que ele, grão, se misturava à areia da praia.
Antes de dormir, pensou ainda nela, em uma talvez vâ esperança, porém destituída de qualquer mágoa. Não, nada estragaria o que tinha acontecido, pelo menos pra ele. E ele sabia que dentro, bem lá dentro, por mais que fora as coisas mudassem, ninguém poderia mudar o que ele sentia.
Feliz, fechou os olhos.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Infinito Enquanto Dure? / Grandes Esperanças

Cinco horas da manhã. Telefone toca. Ele já sabe quem é antes de atender Havia ficado acordado com a antecipação daquele momento.

Atende, feliz de ouvir aquela voz. Espera boas notícias.

Não as recebe. Não? Não!

Dois minutos depois, alquebrado, desliga o telefone. Cabeça atordoada com o soco psicológico à la Mike Tyson que acabou de levar. Era isso que ele tinha esperado tanto. QUe ele por mais que algumas coisas indicassem cautela tinha tanto certeza sobre?

É, preguei mais uma peça em você, disse a Vida. Repassou em sua cabeça todos os fatos dos últimos meses, tentando entender onde tinha errado. Pensou nos conselhos não seguidos, nas coisas impetuosas feitas. Nada indicava algum erro muito crasso. Talvez as Grandes Esperanças o tivessem traído.

E como Pip no grande livro de Dickens, ele não acabaria com a garota. Novamente, again. de nouveau. Se achava amaldiçoado, azarado. Claro que não era bem assim, porém quem é ponderado nessas horas.

Ele gostaria de pensar como Vinícius, ah como gostaria. Mas acho que nem Vinicius pensava como Vinícius. Quem pensaria como aquele poetinha bêbado, impossível imaginar.

Mais uma vez as grandes esperanças ruíam. Sempre há o amanhã, diziam todos.

Sim, há. Muito mais amargo, completava ele, em vis pensamentos.

domingo, 13 de julho de 2008

Esperando na Janela

Posso dizer que sempre fui um homem de ação. Não em toooodas as horas, claro. Muitas vezes a inércia acaba nos capturando e não fazemos o que deveríamos fazer. Mas digressiono. Só para citar um exemplo de como odeio esperar, eu prefiro mil vezes passar 30 minutos andando a esperar uma carona que vai demorar 15 pra chegar. Simplesmente a espera não está em mim, odeio.

E é incrível como tantas vezes na vida, por mais que façamos todo o possível e o impossível, temos que esperar. Uma coisa que foge ao nosso controle. Me chame de control-freak porém depender de outros seres humanos beira à loucura.

Mas agora imagine só, quantas coisas depois de fazermos todo o possível, esperamos decisões de outros. No vestibular, numa entrevista de emprego, numa falta que você fez (ou não, maldito árbitro).

O pior mesmo na espera é o fato de ser algo completamente alheio ao seu controle. Por mais que você ligue a pessoa vai chegar no horário que lhe aprouver; por mais que você seja sedutor/convincente aquela menina só vai ligar se quiser.

Talvez seja um pouco de fatalismo da minha parte pensar assim. Todavia, nunca vi alguém que goste de não ser o dono da situação.

No fundo somos todos compradores de bilhetes de loteria. E não tô vendo ninguém ganhar.